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Entenda o Ciclo Açucareiro do Brasil Colonial Sociedade e Trabalho

  • apogeuvestibulares
  • 22 de out. de 2015
  • 3 min de leitura

O cultivo da cana-de-açúcar deu-se pela necessidade imperativa de colonizar e explorar um território até então sem muita importância econômica para Portugal.

Vários foram os motivos para a escolha da cana, entre eles a existência no Brasil do solo de massapê, propício para o cultivo da cana-de-açúcar, além de ser um produto muito bem cotado no comércio europeu - destinado unicamente à exportação e capaz de gerar valiosíssimos lucros, transformando-se no alicerce econômico da colonização portuguesa no Brasil entre os séculos XVI e XVII.

As primeiras mudas foram trazidas da Ilha da Madeira por Martim Afonso de Souza, responsável pela instalação do primeiro engenho em São Vicente, no ano de 1533. Em seguida, muitos outros se proliferaram pela costa brasileira. O Nordeste, principalmente o litoral pernambucano e baiano, sorveu a maior parte da produção açucareira da colônia.

A maior contribuição dos engenhos, porém, foi estar em um ponto bastante privilegiado, facilitando o escoamento e agilizando a chegada do produto aos mercados consumidores.

Os Engenhos

O posto mais elevado na complexa sociedade açucareira cabia ao senhor de engenho - o proprietário dos complexos agroexportadores, mais conhecidos como engenhos -, o qual desfrutava de admirável status social. Os engenhos eram formados por amplas propriedades de terras ganhas através da cessão de sesmarias - lotes abandonados cedidos pela coroa portuguesa a quem se comprometesse a aproveitá-los para o cultivo. O senhor e sua família moravam na casa-grande – local onde ele desempenhava sua autoridade junto aos seus, cumprindo seu papel de patriarca.

Os negros escravos viviam nas senzalas, alojamentos nos quais conviviam cruelmente, tratados como animais expostos aos mais atrozes e violentos castigos.


A sociedade açucareira

A família dos senhores de engenho na colônia por­tuguesa tinha uma organização patriarcal. O patriarca era geralmente o homem mais velho da família e exercia um enorme poder sobre todos os outros habitantes da pro­priedade, desde os seus parentes mais próximos até os escravos.

Nessa organização familiar, as mulheres tinham pouco poder. Para as mulheres livres o espaço reservado era o privado, onde exerciam papéis de esposa e mãe.

Casavam-se muito cedo, por volta dos 17 anos, em geral com pessoas escolhidas pelo pai. Tanto as casadas como as solteiras viviam no interior da casa-grande, saindo poucas vezes. Em geral, não eram alfabetizadas.


Os trabalhadores livres

No mundo da casa-grande e da senzala não havia muito lugar para trabalhadores livres. Mesmo assim, existiam uns poucos que eram chamados profissionais do açúcar, pessoas de confiança do senhor e que o aju­davam a administrar o engenho e a produzir o açúcar.

Quanto maior o engenho, maior era o número des­ses profissionais. Um dos principais era o feitor-mor. Na prática, era ele quem administrava o engenho, chefiava os outros trabalhadores livres, controlava os escravos e, durante a safra, cuidava da produção do açúcar, desde a colheita até o transporte.

No processo de produção do açúcar, que acompa­nhava em todas as etapas, o trabalhador mais especiali­zado e mais importante era o mestre-de-açúcar. Tinha a ajuda dos banqueiros, que ficavam em seu lugar duran­te a noite e que, por sua vez, eram ajudados pelos soto­banqueiros, geralmente mulatos ou escravos da casa.

O purgador, subordinado ao mestre-de-açúcar, cui­dava da clarificação do açúcar. Quando o produto era transportado por via fluvial, ficava sob o controle do bar­queiro, que o encaminhava ao caixeiro da cidade, respon­sável por sua venda e embarque para o exterior.

Havia ainda o carapina ou carpinteiro, responsável pela manutenção dos equipamentos de madeira, como as moendas, e o escrivão ou despenseiro, que controlava os estoques de ferramentas, tecidos e alimentos.

Fora do chamado “quadrilátero do açúcar” – casa-grande, senzala, engenho e capela - trabalhavam livre­mente negociantes (em sua maioria portugueses), arte­sãos e vaqueiros, que, de uma forma ou de outra, tam­bém estavam ligados à produção açucareira.

 
 
 

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