Geografia e História do APARTHEID
- apogeuvestibulares
- 21 de mar. de 2016
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O Apartheid foi uma rigorosa legislação separatista implantada durante anos na África do Sul.
O termo apartheid se refere a uma política racial implantada na África do Sul. De acordo com esse regime, a minoria branca, os únicos com direito a voto, detinha todo poder político e econômico no país, enquanto à imensa maioria negra restava a obrigação de obedecer rigorosamente à legislação separatista.
A política de segregação racial foi oficializada em 1948, com a chegada do Novo Partido Nacional (NNP) ao poder. O apartheid não permitia o acesso dos negros às urnas e os proibia de adquirir terras na maior parte do país, obrigando-os a viver em zonas residenciais segregadas, uma espécie de confinamento geográfico. Casamentos e relações sexuais entre pessoas de diferentes etnias também eram proibidos.
Nelson Mandela deixou a prisão no dia 11 de fevereiro de 1990. A liberdade do líder foi o mais forte sinal do fim do regime de segregação racial na África do Sul, o apartheid.Colonizada a partir de 1652 por holandeses e tendo recebido imigrantes de outras partes da Europa e da Ásia, a África do Sul tornou-se, em 1910, uma possessão britânica. Desde a chegada dos primeiros europeus, há mais de três séculos, a história do país africano, que será a sede da Copa do Mundo em 2010, foi marcada pela discriminação racial, imposta pela minoria branca.Como protesto a essa situação, representantes da maioria negra fundaram, em 1912, a organização Congresso Nacional Africano (CNA) à qual Nelson Mandela, nascido em 1918, se uniu décadas depois. No CNA, Mandela se destacou como líder da luta de resistência ao apartheid.O pai de Mandela era um dos chefes da tribo Thembu, da etnia Xhosa e, por isso, desde cedo, o garoto foi educado e preparado para assumir a liderança de seu povo. "Ele recebeu o melhor da Educação de sua tribo e foi iniciado em todos os rituais. Mas também teve o melhor da Educação europeia, estudando em bons colégios", explica Carlos Evangelista Veriano, professor de História da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas).

O apartheid oficializou-se em 1948 com a posse do primeiro-ministro Daniel François Malan, descendente dos colonizadores europeus - também chamados de africâners. "Embora a história oficial omita, sabemos que os ingleses foram os financiadores do apartheid, já que o Banco da Inglaterra custeava todos os atos do governo sul-africano", afirma Veriano.Com o novo governo, o apartheid foi colocado em prática, instituindo uma série de políticas de segregação. Os negros eram impedidos de participar da vida política do país, não tinham acesso à propriedade da terra, eram obrigados a viver em zonas residenciais determinadas. Embora tenha sido preso diversas vezes antes, Mandela já cumpria pena desde 1963 quando recebeu a sentença de prisão perpétua. Porém, com o passar dos anos, o mundo passou a se importar mais com a inadmissível situação da África do Sul, que começou a receber sanções econômicas como forma de pressão para acabar com o apartheid. Em 1990, com o regime já enfraquecido, Mandela foi solto, depois de 27 anos no cárcere.
O governo, liderado por Frederik De Klerk, revogou as leis do apartheid. Três anos depois, Mandela e Klerk dividiram o Prêmio Nobel da Paz.Em 1994, nas primeiras eleições em que os negros puderam votar, Mandela foi eleito presidente do país. O filme Invictus (2009), dirigido por Clint Eastwood tem como foco a história de Mandela (interpretado por Morgan Freeman) logo que ele assume a presidência. A obra mostra como o líder governou não com a intenção de se vingar dos brancos, mas sim de realmente transformar o país em uma democracia para todos. Com o fim do império português na África (1975) e a queda do governo de minoria branca na Rodésia, atual Zimbábue (1980), o domínio branco na África do Sul entrou em crise. Esses fatos intensificaram as manifestações populares contra o apartheid. A Organização das Nações Unidas (ONU) tentou dar fim à política praticada no país. O presidente Piter Botha promoveu reformas, mas manteve os principais aspectos do regime racista.Com a posse de Frederick de Klerk na presidência, em 1989, ocorreram várias mudanças.
Em 1990, Mandela foi libertado e o CNA recuperou a legalidade. Klerk revogou as leis raciais e iniciou o diálogo com o CNA. Sua política foi legitimada por um plebiscito só para brancos, em 1992, no qual 69% dos eleitores (brancos) votaram pelo fim do apartheid.Klerk e Mandela ganharam o Prêmio Nobel da Paz em 1993. Em abril de 1994, Nelson Mandela foi eleito presidente da África do Sul nas primeiras eleições multirraciais do país.O Parlamento aprovou a Lei de Direitos Sobre a Terra, restituindo propriedades às famílias negras atingidas pela lei de 1913, que destinou 87% do território à minoria branca.As eleições parlamentares de 1999 foram vencidas pelo candidato indicado por Nelson Mandela, Thabo Mbeki, descartando qualquer tentativa de retorno a uma política segregacionista no país.
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Questões:
1- (ENEM )- Tendo encarado a besta do passado olho no olho, tendo pedido e recebido perdão e tendo feito correções, viremos agora a página – não para esquecê-lo, mas para não deixá-lo aprisionar-nos para sempre. Avancemos em direção a um futuro glorioso de uma nova sociedade sul-africana, em que as pessoas valham não em razão de irrelevâncias biológicas ou de outros estranhos atributos, mas porque são pessoas de valor infinito criadas à imagem de Deus. Desmond Tutu, no encerramento da Comissão da Verdade na África do Sul. .No texto, relaciona-se a consolidação da democracia na África do Sul à superação de um legado
A) populista, que favorecia a cooptação de dissidentes políticos.
B) totalitarista, que bloqueava o diálogo com os movimentos sociais.
C) segregacionista, que impedia a universalização da cidadania.
D) estagnacionista, que disseminava a pauperização social.
E) fundamentalista, que engendrava conflitos religiosos.
2- (FGV) De 1948 a 1991, vigorou na África do Sul o regime denominado apartheid. A esse respeito é correto afirmar:
a) Trata-se de uma política de segregação racial que excluía os negros da participação política, mas lhes reservava o livre direito à propriedade da terra.
b) Trata-se de uma política de segregação racial que previa uma lenta incorporação da população negra às atividades políticas do país.
c) Trata-se de uma política de segregação racial que excluía negros e asiáticos da participação política e restringia até mesmo a sua circulação pelo país.
d) Trata-se de uma política de integração racial baseada na perspectiva ideológica da mestiçagem cultural entre as diversas etnias negras.
e) Trata-se de uma política de segregação racial que propunha a eliminação gradual da minoria negra, como forma de garantir a dominação branca.
3- O Brasil não deveria ser um país racista. A maioria do povo não é branca: 50,6% da população brasileira é negra ou parda, segundo o último PNAD, de 2008-2009. O que significa PNAD?
a)Programa Nacional de Análise Domiciar.
b)Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios.
c)Plenário Norte-Americado de Discussões.
d)Parâmetros Notórios de Admissão ao Ducado.
e)Percentual Nacional de Análise Domiciliar.
4- No início dos anos 1990, o presidente Frederik de Klerk declarou oficialmente o fim do apartheid na África do Sul. Esta política racista
a) prevaleceu durante toda a história independente do país e assegurou o convívio harmonioso de brancos e negros sul-africanos.
b) foi implantada após o final da Segunda Guerra Mundial e prolongou o domínio britânico sobre o país por mais cinquenta anos.
c) vigorou por mais de quarenta anos e foi um dos instrumentos da minoria branca sul-africana para se impor à maioria negra.
d) foi encerrada apesar do amplo apoio internacional e revelou a dificuldade dos africanos de solidificarem suas instituições políticas.
e) determinou o prevalecimento socioeconômico de uma elite mestiça e aprofundou as relações interraciais no país.
(Gabarito: 1- c; 2-c; 3-b; 4-c)
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